quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Por que a “sofrência” do Pablo fez tanto sucesso?



O ano de 2014 passou e nos trouxe mais um “fenômeno musical”. O cantor Pablo estourou com uma música cantando a “sofrência” de um amor que não dá certo. Quem não se pegou cantarolando pelo menos um pequeno trecho de: “Estou indo embora...”. Mas por que uma letra como esta faz tanto sucesso? Atrevo-me a partilhar com vocês algumas impressões pessoais e ao mesmo tempo faço um paralelo com nossa fé cristã.

Um fator, parece-me, ser o fato de que a letra da música retrata a vida real de muita gente. Muitas pessoas neste exato momento vivem a dor e o sofrimento de uma relação amorosa que se rompeu. Muitas pessoas estão com o coração ferido, vivendo uma verdadeira “sofrência”. Há, pois, um motivo para se identificar com o que Pablo canta. Se compararmos com nossos cânticos religiosos podemos nos perguntar se o que cantamos em nossas igrejas realmente retrata o que as pessoas vivem no seu cotidiano ou, ao invés, são muito “angelicais”.


Outro fator, pode ser porque somos marcados por uma cultura do sofrimento. Parece que quanto mais sofrimento melhor. Já cantou o Poeta que “o amor só é grande se for triste”, imagine!!!! Sem perceber, quase identificamos a alegria e o prazer com algo ruim, com pecado. Se não tiver sofrimento a gente não vai para o céu. Não é assim que pensam muitos cristãos? Claro que não existe seguimento de Jesus sem a cruz. Mas isso não significa que o cristão tem que procurar o sofrimento ou que Deus queira que a gente sofra pra poder ser feliz ou se salvar. A mensagem cristã passa pela cruz, pelo sofrimento, mas prossegue até o feliz anúncio da ressurreição. No lugar da “sofrência”, somos chamados a viver e cantar a “alegrência”. 

domingo, 28 de dezembro de 2014

A família de Nazaré e as nossas famílias



Hoje a Igreja nos convida a continuar olhando a cena do presépio e aprender daqueles três personagens principais como amar mais a Deus, como ser totalmente dEle. Acredito que é nisto que consiste a grandeza dessa família e ao mesmo tempo a esperança de que também nossas famílias possam transmitir muito do amor de Deus.

Jesus nos ensinou que Ele mesmo não tinha outro desejo senão fazer a vontade do Pai. Esse era seu alimento. Mesmo diante da angústia da morte, ele voltou seu olhar para o Pai e entregou-se completamente a sua vontade.

Maria, a mãe do belo amor, mesmo sem entender claramente os desígnios de Deus para ela, aceita que tudo aconteça segundo a Palavra do Pai que a escolheu entre todas as mulheres, para gerar em seu ventre o nosso salvador.

José, o homem do silêncio, também vive de seu sim à vontade de Deus. Acredita na palavra de Deus e acolhe Maria e seu filho como se dele fosse, tudo para que se cumprisse o que Deus havia designado.  

Nossas famílias também podem ser instrumento de Deus para a salvação do mundo. Toda vez que dizemos sim ao que Deus quer de nós e permitimos que a luz de Deus, sua paz e seu amor se espalhem ao nosso redor, estamos também construindo uma família sagrada. Por isso Padre Zezinho cantou muito bem: “Tudo seria bem melhor se o natal não fosse um dia; se as mães fossem Maria e se os pais fossem José; e se a gente parecesse com Jesus de Nazaré”. 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Maria, a bem-aventurada




Hoje, continuando nosso percurso espiritual em preparação para o natal do Senhor, encontramos a figura de Maria, mãe de Jesus. Este bonito relato do encontro entre as duas futuras mães ajuda-nos a manter o foco no que é essencial (Lc 1,39-47).

Isabel fica cheia do Espírito Santo ao ouvir a saudação de Maria (v. 41). A presença de Maria é sinal de bênção. Ela carrega em seu ventre o Salvador. Isabel reconhece a grandeza daquela que para Deus é um instrumento de salvação: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” (v. 43). Isabel ainda não havia compreendido que não se trata de mérito. Na verdade, ninguém merece. Nem ela, nem eu, nem você. Ninguém. É simplesmente graça. Maria é escolhida como mãe de Jesus não por seus méritos; nós não nos tornamos filhos de Deus devido aos méritos próprios, mas por graça de Deus (Gl 4,7).

A prima de Maria acertadamente nos lembra do essencial: Maria é bendita porque acreditou; porque confiou na palavra do Senhor. Assim somos nós. Somos benditos sempre que acreditamos no que o Senhor nos fala e somos capazes de levar essa palavra aos outros. Nesse tempo do advento, vamos nos preparando para, a exemplo de Maria, sermos instrumentos da presença de Deus na vida das pessoas; a exemplo de Isabel, reconhecer as graças que Deus realizou na vida de Maria e quer realizar na vida de cada um de nós.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Advento: tempo de semear esperança

Fonte: http://mensagemdeus.blogspot.com.br/2012/12/deus-nunca-nos-abandona.html


Nosso cotidiano muitas vezes aparece marcado pela violência, pela corrupção, pela injustiça e tantos outros sinais que acabam nos levando a dizer: Não tem mais jeito. Nesse contexto onde presenciamos tanta dor e sofrimento, sobretudo quando olhamos para os mais abandonados de nossa sociedade, resta-nos lutar para não desanimar.

É neste momento que a força da Palavra de Deus se faz ouvir e sentir. Do grito da palavra profética ressurge nossa esperança e nossa confiança inabalável nas promessas de Deus. Mesmo em um contexto diferente do nosso, a realidade da profecia de Isaías se mostra de uma atualidade imensa. Assim diz o Senhor por meio do profeta: Pobres e necessitados procuram água, mas não há, estão com a língua seca de sede. Quem deles cuidará? Onde estão os pastores do povo? A boa notícia que a Igreja anuncia nesse tempo do advento é que o próprio Deus será o pastor de seu povo, ele mesmo cuidará dos necessitados: Eu, o Senhor, os atenderei, eu, Deus de Israel, não os abandonarei. Farei nascer rios nas colinas escalvadas e fontes no meio dos vales; transformarei o deserto em lagos e a terra seca em nascente d’água (Is 41, 17-18).

Mergulhar na espiritualidade do advento pode ser um modo de não deixar morrer em nós a esperança, de continuar acreditando em meio aos desertos da vida e, sobretudo, uma maneira de fazer ressoar em nós e no mundo onde estamos, a palavra da esperança: “eu, Deus de Israel, não te abandonarei”.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Retomando o caminho



Alguns leitores do blog reclamaram porque deixei de postar. Então, atendendo aos pedidos, retomamos nossas reflexões. Creio que o tempo do advento se constitui como um "tempo favorável". Minha intenção é fazer uma postagem em cada uma das semanas desse tempo litúrgico. O objetivo é compartilhar algumas luzes para nossa preparação em vista da grande celebração do natal do Senhor. Bem, estamos de volta


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Usar um terço pendurado no retrovisor do carro é sinal de fé?

Fonte: http://revista.pensecarros.com.br/


Quem nunca entrou em um carro e se deparou com um terço pendurado no retrovisor? Isso é muito comum. Algumas pessoas preferem, ao invés, colar adesivos com o coração de Jesus e de Maria ou mesmo de um santo de sua devoção. Mas qual o sentido disso? Isso significa necessariamente um ato de fé? Fé em quê?

Pode ser que não nos demos conta de que nossa fé ainda aparece recheada de elementos de pura superstição que nada tem da fé de Jesus de Nazaré. Por exemplo, se alguém coloca o terço no retrovisor pra “proteger” o carro, a fé está focalizada no objeto. Então isso é superstição. A pessoa acredita que aquele objeto tem um poder sobrenatural.

Por isso vemos tanta gente com terço dentro dos carros e dirigindo imprudentemente, desrespeitando as leis de trânsito e pondo sua vida e a dos outros em risco. O amuleto dá a falsa segurança de que nada de mal vai acontecer com aquele veículo porque ele está “protegido”. Mas nós, cristãos, não cremos em amuletos!!!

Se o terço ou o adesivo do seu carro tem essa finalidade, é melhor repensar sua fé! Deixe-o se ele ajuda você e quem está no seu veículo, a lembrar de Deus e da necessidade de dirigir responsavelmente para preservar a vida, dom maior de nosso Deus.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Vamos a Betânia?

Fonte: http://wallpaper4god.com


Muitos lugares na Sagrada Escritura têm um significado que vai além do geográfico. Assim é Betânia, cidade citada no texto do evangelho que a liturgia da Igreja oferece para nossa oração de hoje (Jo 12,1-11).  Betânia é lugar de amizade sincera, de acolhimento e de encontro que enaltece. Um dos possíveis significados do nome Betânia é “casa dos pobres”. Segundo os Evangelhos, Jesus costumava passar por lá e visitar seus amigos Marta, Maria e Lázaro. (Mc 11,1; Mt 21,17; Lc 19,29; 24,50; Jo 11,1.18).

Em Betânia aprendemos que acolher bem os visitantes é uma coisa boa. Mas lá o mestre ensinou também, que as ocupações da vida não podem tirar o tempo que precisamos para ouvir sua Palavra (Lc 10,38-42).

Na casa de Betânia descobrimos que o amor é como um perfume que se espalha por todo canto. Um amor gratuito que não faz cálculos mesquinhos: “Será que eu vou ganhar mais do que eu estou dando”? “Como será que ele vai retribuir”? Trata-se de um amor que sabe dar do que tem de mais valioso, como o fez Maria, a irmã de Lázaro. Lá aprendemos a importância de ficar de joelhos e mostrar carinho a quem amamos.

Quando vamos a Betânia, somos questionados sobre nossos interesses. Percebemos que nem sempre nossas boas ações são verdadeiras. Pode ser que, a exemplo de Judas, estejamos usando os outros para parecer “pessoas boas”, preocupadas com os pobres, mas de olho no que isso vai render para nós.
O perfume do amor generoso e gratuito que exalou daquela simples casa em Betânia, espalhou-se para além dos muros da Jerusalém antiga e chegou até os “quatro cantos do mundo” com a vitória de Jesus. Quem vai a Betânia torna-se testemunha de que o amor é mais forte do que a morte.

Durante esta semana, somos convidados a fazer de nossa casa e de nosso coração uma “Betânia”, para aprender a acolher, a amar gratuitamente, a adorar e a crer em Jesus.

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